O chefe do Unicef afirma que o uso de câmeras corporais pela polícia contribui para o aumento da confiança na instituição.

O Brasil é um país que enfrenta grandes desafios quando se trata das condições de vida de suas crianças. Com um número alarmante de 32 milhões de crianças vivendo em algum tipo de pobreza, a situação é considerada “assustadora” pela diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell. Durante a última semana, Russell visitou o país e se reuniu com seis ministros de Estado, incluindo representantes das áreas de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Educação e Meio Ambiente.

Em uma entrevista exclusiva à BBC News Brasil, Russell expressou sua preocupação com a quantidade de crianças em situação de pobreza no Brasil, mas também mencionou que se sente otimista após as reuniões com os integrantes do governo. Durante sua visita ao país, ela também assinou acordos com o governo estadual de Pernambuco para estimular a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola.

Além disso, Russell abordou a polêmica em torno do uso de câmeras corporais por policiais brasileiros. Ela defendeu o dispositivo, afirmando que ele ajuda a aumentar a confiança na polícia e contribui para a redução da letalidade policial. Um estudo conduzido pelo Unicef mostrou uma queda nas mortes de crianças e adolescentes por PMs após a adoção das câmeras. No entanto, os críticos argumentam que as câmeras podem criar constrangimentos para os policiais e colocar suas vidas em risco.

Russell também mencionou a situação no Brasil em relação à Covid-19, afirmando que a pandemia exacerbou o problema da pobreza infantil, mas não é o único responsável. Ela ressaltou que a divisão entre as pessoas que têm recursos e as que não têm é uma questão global e que a crise climática e os conflitos persistentes também afetam a vida das crianças em todo o mundo.

A diretora-executiva do Unicef ressaltou a importância de abordar essas questões de forma holística, garantindo acesso à educação, saúde, proteção social e proteção contra a violência para as crianças. Ela ressaltou que se o país não enfrentar adequadamente esse problema, haverá consequências negativas, com crianças perdendo a oportunidade de alcançar seu potencial e contribuir para a sociedade.

Em relação à relação entre o Unicef e o governo anterior, Russell mencionou que o trabalho continuou sendo realizado durante o governo de Jair Bolsonaro, mas que é muito melhor quando um governo prioriza as crianças. Ela expressou otimismo em relação ao atual governo e ao compromisso de trabalhar em conjunto para melhorar a situação das crianças no Brasil.

Em suma, a visita de Catherine Russell ao Brasil colocou em destaque os desafios enfrentados pelas crianças brasileiras, especialmente aquelas vivendo em situação de pobreza. Embora a situação seja “assustadora”, Russell se mostrou otimista após suas reuniões com o governo e ressaltou a importância de abordar essa questão de forma abrangente. Além disso, ela defendeu o uso de câmeras corporais por policiais brasileiros como uma medida que contribui para aumentar a confiança na polícia e reduzir a letalidade policial.

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