Segundo comunicado divulgado pelos advogados de Bolsonaro, a visita à embaixada entre os dias 12 e 14 de fevereiro teve o objetivo de “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”. Com essa alegação, a defesa busca afastar as especulações em torno de uma possível prisão preventiva do ex-presidente.
A Polícia Federal está investigando se Bolsonaro tentou utilizar a visita à embaixada como parte de uma manobra diplomática para evitar uma eventual prisão no inquérito que apura uma tentativa de golpe. Há suspeitas de que a visita esteja relacionada a um pedido de asilo político, o que é negado pela defesa do ex-presidente.
Especialistas consultados pelo **Estadão** afirmam que, caso fique comprovado que Bolsonaro tentou antecipar-se a um possível mandado de prisão, ele poderia ser detido preventivamente. Isso seria interpretado como uma tentativa de obstrução da aplicação da lei penal.
Vale ressaltar que embaixadas possuem status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive do STF, requer autorização do país representado para ser cumprida dentro de suas instalações. Dessa forma, a investigação sobre a visita de Bolsonaro à embaixada da Hungria segue em desenvolvimento, aguardando a apresentação dos esclarecimentos solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes.