Apesar de o Republicanos ter endossado Bolsonaro, o parlamentar apoiou a candidatura do PT na última eleição presidencial, o que chamou a atenção do presidente. Costa Filho é filho do ex-deputado Silvio Costa (PE), que foi aliado dos governos anteriores do PT, inclusive o de Dilma Rousseff, tendo votado contra o impeachment dela.
O novo ministro tem 41 anos e é formado em pedagogia. Sua trajetória na política começou ainda na universidade, quando presidiu o diretório acadêmico estudantil da Universidade Católica de Pernambuco. Em 2004, foi eleito o vereador mais jovem do Recife aos 21 anos. Dois anos depois, se tornou deputado estadual e, em seguida, assumiu o cargo de secretário de Turismo do então governador Eduardo Campos (PSB).
Costa Filho teve três mandatos como deputado estadual e, em 2016, disputou a eleição como vice-prefeito de Recife. Ele pretendia concorrer como prefeito, mas aceitou ser vice por intervenção de Lula. Em 2018, foi eleito deputado federal pela primeira vez e reeleito em 2022 como o quarto mais votado do estado. Apesar de se considerar lulista, ele adota uma postura mais liberal na economia.
No governo Bolsonaro, Costa Filho foi vice-presidente da comissão especial da reforma da Previdência e relator da proposta de autonomia do Banco Central na Câmara dos Deputados. Mesmo com a aproximação do Republicanos ao ex-presidente, o deputado fazia críticas ao comportamento de Bolsonaro e se destacava como um deputado de postura mais ao centro no Congresso. No entanto, ele mantinha uma boa relação com a equipe econômica liderada por Paulo Guedes.
Antes de assumir o cargo de ministro de Portos e Aeroportos, Costa Filho dizia ser contra a privatização do porto de Santos. Essa nomeação deve fortalecer o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, principal aposta do Republicanos para disputar o cargo de presidente em 2026 e possível herdeiro do espólio eleitoral de Bolsonaro.