Congresso adia debate sobre remuneração de veículos jornalísticos por plataformas digitais para 2024 devido a controvérsias entre big techs, governo e entidades de jornalismo.

De acordo com informações obtidas junto ao Congresso Nacional, neste ano de 2021 não será alcançado um consenso sobre a remuneração de veículos jornalísticos pelas plataformas digitais. O debate foi empurrado para o ano de 2024, com o Congresso Nacional concentrando seus esforços principalmente na pauta econômica pelo restante deste ano e início do recesso legislativo.

O assunto, que provoca controvérsia entre big techs, governo, empresas e entidades de jornalismo, já tem um evento programado para discutir os novos desafios do jornalismo. O Congresso em Foco, em parceria com o Google, promove na quinta-feira (7) o seminário “Caminhos para um jornalismo sustentável”, onde especialistas e autoridades abordarão assuntos como remuneração a organizações jornalísticas, evolução dos modelos de negócios, liberdade de expressão e de imprensa, e a aceleração tecnológica do setor. O evento poderá ser acompanhado no site, no canal do YouTube e nas redes sociais.

A questão sobre remuneração de veículos jornalísticos pelas plataformas digitais é tratada em alguns projetos de lei, como o PL 2.370/19, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que visa mudar a Lei de Direitos Autorais para garantir a remuneração de conteúdos jornalísticos. Outro projeto em discussão é o PL 2.630/20, conhecido como PL das Fake News, que também inclui a remuneração por conteúdos jornalísticos.

Entidades jornalísticas apoiam a remuneração por conteúdo e defendem a importância do diálogo entre as partes para a viabilização da remuneração, sem reproduzir ou intensificar a concentração no setor. Por outro lado, as big techs se opõem aos projetos, alegando que o modelo atual é justo e que a remuneração poderia impactar negativamente pequenos empreendedores.

A discussão sobre esse assunto não se encerra somente no Brasil. O seminário Caminhos para um jornalismo sustentável também vai abordar experiências internacionais, como as novas leis sobre remuneração de conteúdo em países como Canadá e Austrália. Este último, inclusive, já fechou um acordo com o Google para garantir a remuneração a produtores de conteúdo distribuídos em suas plataformas. Portanto, o tema gera polêmica e continua em discussão tanto no Brasil quanto no exterior.

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