Apuração da chancelaria revela monitoramento detalhado da imprensa estrangeira sobre supostos vínculos da família Bolsonaro com milícias

Os documentos internos da chancelaria revelaram que o Itamaraty tem acompanhado de perto a cobertura da imprensa estrangeira em relação ao presidente Jair Bolsonaro e sua família. Segundo informações obtidas, a embaixada do Brasil em Estocolmo alertou o Itamaraty sobre um artigo no jornal sueco Dagens Nyheter que levantava suspeitas sobre possíveis vínculos do presidente com milícias criminosas do Rio de Janeiro.

Além disso, a embaixada do Brasil em Roma também comunicou ao Itamaraty sobre um artigo no jornal La Repubblica que continha insinuações difamatórias sobre Bolsonaro. O embaixador enviou uma carta à redação do jornal repudiando as acusações e defendendo a liberdade de imprensa.

Em um outro episódio, o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, recusou o pedido da bancada do PSOL para divulgar os telegramas internos relacionados ao assassinato de Marielle Franco. A solicitação visava obter informações sobre possíveis orientações do Itamaraty aos postos no exterior em relação ao caso.

A pressão internacional sobre o Brasil em relação ao assassinato de Marielle Franco continuou mesmo após a saída de Bolsonaro do governo. O relator da ONU sobre o direito à associação pacífica, Clément Nyaletsossi Voule, destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria garantir que a impunidade não prevalecesse no caso.

Voule ressaltou a importância de que as investigações cheguem não só aos executores do crime, mas também aos mandantes e planejadores. Ele enfatizou que o novo governo brasileiro precisa lidar com esse caso de forma transparente e eficaz, a fim de preservar a imagem do país perante a comunidade internacional.

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