Alckmin cede a pedido de parlamentares e governador de Alagoas por amparo à população afetada por atividades da mineradora Braskem

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, atendeu à solicitação dos parlamentares alagoanos e do governador de Alagoas, Paulo Dantas, para prestar assistência à população de Maceió afetada pelas atividades da mineradora Braskem. A operação subterrânea de extração de sal-gema no subsolo da cidade causou o afundamento de bairros densamente povoados. Segundo Paulo Dantas, os pedidos apresentados incluem o custeio por parte da União para o fornecimento de apoio psicossocial à população da cidade, em decorrência do grande volume de deslocamentos forçados, o envio de auxílio financeiro aos pescadores e marisqueiros e a apresentação de um pedido na justiça para alterar o acordo entre a empresa e a prefeitura de Maceió, que prevê, por parte da mineradora, o pagamento de R$ 1,2 bilhões em reparações, valor considerado baixo em relação ao dano causado.

A demanda pela participação do governo no apoio à população é uma pauta comum entre os dois grandes blocos políticos rivais do estado, os círculos de aliança do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O coordenador da comissão externa da Câmara que acompanha o desastre ambiental, Alfredo Gaspar, também defendeu a atuação da União.

Renan Calheiros, que participou da reunião entre Paulo Dantas, Alckmin e diversos ministros, anunciou que os governos estadual e federal também estudarão o uso de areia do fundo das lagoas soterradas pela Braskem, caso haja a realização de tamponamento das minas de sal-gema, com o objetivo de recuperar os corpos d’água para a atividade pesqueira.

Ao anunciar as medidas, Renan e Paulo Dantas defenderam a culpa exclusiva da Braskem na catástrofe em Maceió. “Apesar do apoio do governo, não podemos esquecer que a responsável por esse crime é a Braskem, que deve pagar por ele”, ressaltou Renan em suas redes sociais. Por outro lado, Alfredo Gaspar reforçou que “este crime também tem o dedo da república”, relembrando que a empresa atuou com permissão da Agência Nacional de Mineração e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.

Essa decisão do presidente em exercício demonstra um passo importante e necessário para garantir a assistência à população afetada por esse desastre, ao mesmo tempo em que coloca em discussão a responsabilidade da empresa e dos órgãos reguladores na prevenção de danos ambientais. Com a pressão dos líderes políticos locais, espera-se que a atuação do governo federal traga alívio e reparação para as comunidades afetadas em Maceió.

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