Segundo o procurador-geral, mesmo que os militares suspeitassem que o carro em questão fosse dos autores de um roubo, o assalto já havia terminado e não havia motivo para a brutalidade dos disparos. Ele ressaltou que os militares poderiam ter continuado a perseguição sem recorrer à violência excessiva, e que a situação exigia cautela e não o uso indiscriminado de armas de fogo.
Além disso, Duarte reiterou que a defesa dos militares alegou que estavam sob estresse e sentiram-se ameaçados após um confronto com traficantes naquela mesma manhã. No entanto, o assistente da acusação, o advogado André Perecmanis, argumentou que esse tipo de justificativa não é aceitável. Perecmanis destacou que, mesmo em situações de tensão, os militares deveriam agir com discernimento e empatia, especialmente diante de cidadãos inocentes.
O advogado das famílias das vítimas criticou a falta de empatia demonstrada pelos militares envolvidos no caso, ressaltando que a população presente no local clamava que as vítimas eram trabalhadoras. Perecmanis enfatizou que a alegação de estresse dos militares não os isenta de responsabilidade pela tragédia provocada pelos 82 tiros disparados contra uma família indefesa.