Acusação do procurador-geral confronta defesa dos militares: “Não havia assalto em andamento, era apenas desdobramento de uma ação”

No caso envolvendo os militares acusados de disparar 82 tiros contra o carro de uma família no Rio de Janeiro, a acusação liderada pelo procurador-geral Antônio Pereira Duarte argumentou que não havia justificativa para a ação dos militares. Duarte afirmou categoricamente que não havia nenhum assalto em andamento no momento em que os militares abriram fogo contra o veículo.

Segundo o procurador-geral, mesmo que os militares suspeitassem que o carro em questão fosse dos autores de um roubo, o assalto já havia terminado e não havia motivo para a brutalidade dos disparos. Ele ressaltou que os militares poderiam ter continuado a perseguição sem recorrer à violência excessiva, e que a situação exigia cautela e não o uso indiscriminado de armas de fogo.

Além disso, Duarte reiterou que a defesa dos militares alegou que estavam sob estresse e sentiram-se ameaçados após um confronto com traficantes naquela mesma manhã. No entanto, o assistente da acusação, o advogado André Perecmanis, argumentou que esse tipo de justificativa não é aceitável. Perecmanis destacou que, mesmo em situações de tensão, os militares deveriam agir com discernimento e empatia, especialmente diante de cidadãos inocentes.

O advogado das famílias das vítimas criticou a falta de empatia demonstrada pelos militares envolvidos no caso, ressaltando que a população presente no local clamava que as vítimas eram trabalhadoras. Perecmanis enfatizou que a alegação de estresse dos militares não os isenta de responsabilidade pela tragédia provocada pelos 82 tiros disparados contra uma família indefesa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo