A “influenciadora” virtual de cabelos cor-de-rosa que está abalando o mercado – e incomodando influenciadores humanos

Os influenciadores digitais são uma realidade cada vez mais presente nas redes sociais, mas uma nova tendência tem causado preocupação: os influenciadores virtuais, criados por meio de inteligência artificial (IA). Um exemplo desse fenômeno é Aitana Lopez, uma influenciadora virtual de cabelos cor-de-rosa, que possui mais de 200.000 seguidores nas redes sociais. Ela posta selfies de shows e de seu quarto, promovendo marcas como Olaplex e Victoria’s Secret, porém, Aitana é completamente fictícia.

Empresas pagam até US$ 1.000 por postagem para que Aitana promova produtos nas redes sociais. A emergência dos influenciadores virtuais tem causado preocupação aos influenciadores humanos, temendo que sua renda esteja ameaçada por concorrentes digitais. Além disso, profissões estabelecidas também estão sob risco pela IA generativa, que é capaz de gerar texto, imagens e código de forma semelhante aos humanos.

No entanto, os criadores de IA hiper-realistas argumentam que estão apenas perturbando um mercado superinflado, surpresos pelas altas taxas astronômicas cobradas pelos influenciadores humanos. A parceria entre marcas de luxo e influenciadores virtuais tem se intensificado nos últimos anos, com análises mostrando que os influenciadores virtuais alcançam um público maior e resultam em uma redução significativa no custo por pessoa que se lembra do anúncio.

As marcas têm se envolvido com influenciadores virtuais como uma nova forma de atrair atenção e reduzir custos. Porém, os influenciadores humanos argumentam que seus colegas virtuais deveriam ter que divulgar que não são reais. A questão sobre a transparência desses influenciadores virtuais está em discussão, já que no Reino Unido não há uma regra que exija que eles declarem que são gerados por IA.

Além disso, o debate sobre a criação de influenciadores virtuais com características racialmente ambíguas tem sido discutido. Muitos acreditam que essa estratégia busca atingir um público mais amplo, porém, a diversidade e transparência da equipe por trás desses avatares virtuais também levanta questionamentos.

A sexualização de influenciadores virtuais gerados por IA também tem sido um ponto de crítica, sendo considerada uma prática que reflete as normas estabelecidas da indústria. No entanto, influenciadores humanos argumentam que as mulheres têm buscado recuperar o controle sobre seu corpo e que a criação de influenciadores virtuais por homens estaria novamente lucrando com a sexualidade feminina.

Diante desse cenário, o surgimento dos influenciadores virtuais tem levantado questionamentos sobre transparência, controle e ética, repercutindo em diversos setores da indústria digital. A tendência dos influenciadores digitais gerados por IA promete continuar sendo tema de debate e reflexão nos próximos anos.

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