Repórter São Paulo – SP – Brasil

Comissão de Defesa do Consumidor aprova projeto que reduz limite máximo de chumbo em tintas e material de revestimento para proteger consumidores.

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que proíbe a fabricação, comercialização, distribuição e importação de tintas e materiais similares de revestimento de superfícies com concentração igual ou maior que 90 ppm (partes por milhão) de chumbo. Atualmente, a legislação brasileira estabelece um limite máximo de 600 ppm de chumbo. A proposta aprovada é um substitutivo do deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA) ao Projeto de Lei 3428/23, do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

De acordo com o relator, Márcio Marinho, a proposta traz benefícios ao consumidor, uma vez que existem tecnologias atuais que permitem a substituição do chumbo por outras matérias-primas na produção de tintas sem perdas de performance e sem aumentos desproporcionais nos custos de produção. Ele justifica afirmando que a diminuição do percentual permitido de chumbo, com equiparação às boas práticas internacionais, atende aos princípios fundamentais que informam as relações de consumo.

O relator fez ajustes que, segundo ele, aprimoram a técnica legislativa, incluindo a retirada de trechos que tratavam da fiscalização do cumprimento das regras por órgãos públicos ou pela iniciativa privada, bem como a previsão de que os produtos excluídos do limite de concentração de chumbo estampem nos seus rótulos alertas sobre a presença de chumbo.

Além disso, Márcio Marinho alterou a data de vigência das novas regras, estabelecendo que ela passe a ter validade um ano após a publicação da lei. O texto também estabelece exceções ao limite de 90 ppm de chumbo para tintas de aplicação industrial e/ou marítima à base de biocidas que contenham óxido de cobre em sua fórmula, bem como para tintas anticorrosivas que contenham zinco em pó, mantendo o limite de 600 ppm para esses casos.

A proposta agora seguirá para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, com caráter conclusivo. A expectativa é de que o projeto seja votado em breve pelos membros da comissão, seguindo os trâmites legislativos para que se torne lei. Emanuelle Brasil assina a reportagem, com edição de Francisco Brandão.

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