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Comissão da Câmara aprova projeto que endurece penas para mineração ilegal em terras ocupadas por povos tradicionais

Na tarde do dia 30 de agosto de 2024, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que traz novas medidas penais relacionadas à mineração ilegal. Segundo o texto aprovado, as penas serão agravadas para aqueles que realizarem atividades de mineração ilegal em terras ocupadas por povos e comunidades tradicionais, bem como para aqueles que financiarem ou custearem essa prática.

A relatora responsável pelo substitutivo do projeto foi a deputada Célia Xakriabá, representante do Psol-MG, que recomendou a aprovação da proposta. Ela incorporou conteúdos de duas propostas que tramitavam em conjunto com o Projeto de Lei 2933/22, inicialmente apresentado pela ex-deputada Joenia Wapichana e outros 18 parlamentares. A relatora também fez ajustes no texto original durante sua análise.

Uma das principais mudanças introduzidas pelo substitutivo aprovado foi a alteração na Lei dos Crimes Ambientais, que atualmente prevê prisão de seis meses a um ano para a mineração ilegal, ou para a falta de reparação dos danos decorrentes dessa prática. Com as modificações propostas, as penas serão agravadas para aqueles que colocarem em risco a vida ou saúde de pessoas, causarem impacto ambiental significativo, utilizarem equipamentos pesados de mineração ou ameaçarem com o uso de armas.

A relatora destacou que a mineração em terras indígenas, embora proibida pela Constituição, persiste como uma prática constante. Ela enfatizou o aumento das mortes por desnutrição entre os povos indígenas da Terra Yanomami como um exemplo evidente dessa realidade.

O projeto seguirá tramitando em caráter conclusivo e ainda passará pela análise das comissões da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, assim como pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para se tornar lei, o projeto também precisará ser aprovado pelo Senado.

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