STF mantém prisão de investigados na Operação Última Milha por uso irregular da Abin em favor de filhos de Bolsonaro e monitoramento ilegal de autoridades.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira. A operação tem como objetivo investigar o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores.

Os cinco investigados cujas prisões foram mantidas são Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.

Após uma audiência de custódia realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, as prisões foram mantidas, mas a justificativa para essa decisão ainda não foi divulgada.

A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que os cinco acusados estavam envolvidos no monitoramento ilegal, sendo que esse monitoramento teria sido realizado com o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem.

Os investigadores afirmam que o programa First Mile foi utilizado para realizar a espionagem ilegal contra autoridades do Judiciário, do Legislativo, da Receita Federal e jornalistas.

A Agência Brasil não conseguiu localizar as defesas dos cinco acusados, mas por meio de uma nota, Alexandre Ramagem negou ter atuado ilegalmente durante sua gestão na Abin. Ele também negou qualquer favorecimento ao senador Flávio Bolsonaro, assim como qualquer interferência em processos judiciais relacionados a ele.

O senador Flávio Bolsonaro também se pronunciou negando qualquer favorecimento e alegando que a divulgação do relatório de investigação da PF foi feita com o intuito de prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro.

Até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre o caso. A matéria foi alterada para incluir mais informações sobre o assunto.

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