Deputados aprovam trava para alíquota do novo IVA não ultrapassar 26,5% na reforma tributária

Na última noite, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da reforma tributária e incluiu uma medida importante para garantir que a alíquota-padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) não ultrapasse 26,5%. Essa trava só terá efeito a partir de 2033, após um período de transição que se inicia em 2026. Caso a alíquota do IVA passe do limite estabelecido, o governo será obrigado a trabalhar junto com o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em um projeto de lei complementar para reduzir a carga tributária.

Essa nova medida é diferente da emenda constitucional aprovada em dezembro, que já prevê uma trava para evitar o aumento da carga tributária do país em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a preocupação é especificamente com a alíquota média do IVA. Os deputados envolvidos nas discussões afirmam que o governo poderá rever desonerações, compensações e incentivos fiscais para acionar essa trava, chamada de “gatilho”.

A resistência da Câmara em aumentar a alíquota média do IVA foi um ponto crucial nas discussões sobre a inclusão da carne na cesta básica com imposto zero. A reforma promulgada em dezembro estabelece o IVA dual, um do governo federal e outro de Estados e municípios, com o princípio da não cumulatividade plena.

Além disso, a reforma prevê a criação de três novos tributos: o IBS, a CBS e o Imposto Seletivo. A cobrança dos tributos também será deslocada do local de origem para o destino, colocando fim à guerra fiscal entre os Estados. O presidente da Câmara, Arthur Lira, criou grupos de trabalho para analisar os projetos de lei complementar que regulamentarão a reforma.

Com mais de 30 anos de debates, a reforma tributária é vista como um passo importante para simplificar o sistema tributário brasileiro e evitar a cumulatividade de impostos que impacta tanto consumidores quanto empresas. Com as mudanças propostas, espera-se uma melhora na arrecadação e uma distribuição mais justa dos recursos entre Estados e municípios.

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