As cenas de violência foram compartilhadas nas redes sociais pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, e geraram indignação na população. Nas imagens, é possível ver que os guardas cercaram o homem, que já estava rendido, e passaram a agredi-lo com chutes e socos. Além disso, um dos agentes chegou a apontar a arma em direção às pessoas que estavam filmando a ação, demonstrando um comportamento agressivo e desproporcional.
Esse não é um caso isolado de abuso de autoridade por parte da Guarda Civil Metropolitana. Recentemente, a Justiça de São Paulo determinou que a GCM está proibida de utilizar balas de borracha, bombas de gás e formações de ataque semelhantes às da Polícia Militar durante operações na região da cracolândia. A decisão também estabeleceu que a prefeitura crie um canal de comunicação para denúncias de abuso de agentes e que a GCM elabore um plano rotineiro de atuação na região.
Essas medidas são resultado de ações judiciais movidas pelo Ministério Público após uma operação policial que dispersou dependentes químicos e prendeu traficantes na cracolândia em 2017. A Justiça, no entanto, não acatou o pedido de impedir a GCM de atuar como polícia investigativa e ostensiva na região, mas determinou uma série de restrições para evitar abusos por parte dos agentes municipais.