A confirmação da desistência de Milei foi feita pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, que negou que a decisão tenha relação com algum incômodo em relação a Lula. No entanto, o porta-voz deixou claro que não haverá nenhum encontro entre os dois durante a visita de Milei ao Brasil.
Essa atitude do presidente argentino pode ser interpretada como uma falta de cortesia e até mesmo uma provocação diplomática, ao ignorar o líder do país anfitrião. Milei irá participar de um evento em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, promovido pelo CPAC (Conservative Political Action Conference), liderado pelo Instituto Conservador Liberal e presidido no Brasil pelo deputado Eduardo Bolsonaro.
A presença de Milei nesse evento é aguardada com expectativa, já que ele possui uma forte ligação com lideranças da direita latino-americana, como o ex-presidente Donald Trump. A postura de Milei em relação ao governo de Lula e sua escolha de participar do CPAC no Brasil em vez de comparecer à Cúpula do Mercosul mostram uma clara preferência por fortalecer as relações com o movimento conservador.
Essa mudança de planos também indica um distanciamento de uma postura mais pragmática na relação com o governo brasileiro, mostrando que Milei optou por priorizar sua presença em eventos alinhados com as ideias conservadoras e de direita. Enquanto isso, a Argentina ainda continua buscando uma modernização interna no âmbito do Mercosul, mesmo diante das críticas feitas por Milei durante a campanha eleitoral.
Em resumo, a desistência de Milei de participar da Cúpula do Mercosul em favor de um evento conservador no Brasil reflete as tensões políticas na América Latina e o desejo do presidente argentino de fortalecer suas relações com líderes e movimentos alinhados com a direita na região.
