Mineração ilegal de ouro no Peru ameaça comunidades indígenas e o meio ambiente com confrontos cada vez mais intensos.

O mercado internacional do ouro tem sido palco de grandes movimentações nos últimos quatro anos, com um aumento significativo no preço do metal preciosos chegando a atingir seu valor histórico em abril. No Peru, que é o décimo maior produtor mundial de ouro e o segundo na América Latina, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, esse cenário tem aumentado o interesse dos investidores e impulsionado a atividade mineradora no país.

A região que antes era coberta por vegetação agora apresenta grandes crateras repletas de água avermelhada, onde as balsas e dragas trabalham incansavelmente para extrair as valiosas partículas de ouro. Essa busca frenética pelo metal tem impactado diretamente a comunidade local, impossibilitando o cultivo de alimentos básicos como milho, banana e mandioca, como lamenta Jaime Vargas, líder indígena Shipibo de 47 anos, que tem se dedicado ao reflorestamento das áreas degradadas pela mineração.

Apesar da proibição da atividade mineradora em territórios indígenas, os habitantes locais precisam lidar com a presença dos garimpeiros que invadem suas terras, muitas vezes contando até com a colaboração de alguns membros da comunidade. Vargas atribui a responsabilidade pela desordem causada pela mineração ao Estado, que falha na fiscalização e no controle da atividade.

Os conflitos provenientes da exploração desenfreada dos recursos naturais são evidentes nesse cenário. No Peru, convivem três diferentes modalidades de mineração: a formal, que segue as leis do país, a informal, que está em processo de regularização, e a ilegal, que opera à margem da legislação. Essa diversidade de abordagens torna ainda mais complexo o cenário da mineração de ouro no país latino-americano.

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