Trabalhadores da Samsung entram em greve histórica por melhores condições de trabalho e aumento salarial em meio a desafios na produção de chips.

Os trabalhadores da gigante sul-coreana Samsung, que possui domínio na economia do país, entraram em greve pela primeira vez na história nesta sexta-feira (7). Essa ação acontece em um momento crucial, enquanto a Samsung Electronics luta para recuperar sua liderança na fabricação de chips de memória, um componente essencial nos sistemas de inteligência artificial que estão redefinindo as rivalidades entre empresas de tecnologia global.

A expectativa é que a maioria dos funcionários em greve pertençam à divisão de chips, e essa paralisação está programada para durar apenas um dia. O principal motivo da greve é a falta de acordo em negociações sobre aumentos salariais e bônus. Representantes do sindicato alegam que a empresa não valoriza a entidade sindical como parceira nas negociações.

Segundo Lee Hyun Kuk, vice-presidente do Sindicato Nacional da Samsung Electronics, que representa aproximadamente 28 mil membros, a maioria dos funcionários não recebeu bônus no ano passado, o que causou insatisfação. O salário médio dos trabalhadores do sindicato foi de cerca de 80 milhões de wons no ano passado.

Apesar da greve, a produção da Samsung não deve ser afetada, pois foi realizada estrategicamente entre um feriado nacional e o fim de semana, quando muitas pessoas planejavam descansar na Coreia do Sul. A greve representa um momento constrangedor para a empresa que, mesmo tentando tranquilizar clientes e investidores, enfrenta desafios para atender a demanda crescente no setor de chips.

A Samsung, que tem sido a maior fabricante de chips de memória do mundo há anos, enfrentou prejuízos consecutivos nos últimos trimestres. Seu rival local, SK Hynix, assumiu a liderança no mercado de chips de memória de alta largura de banda, impulsionado pela crescente demanda. A SK Hynix antecipou essa demanda antes da Samsung, o que resultou em perdas para a gigante sul-coreana.

Com investimentos planejados em novas instalações industriais de semicondutores e a busca por retomar a liderança no mercado de chips, a Samsung enfrenta desafios internos e externos. O contexto da greve dos trabalhadores reflete a pressão sobre a empresa para equilibrar as demandas dos colaboradores e a necessidade de inovação no setor de tecnologia.

Em um país onde greves trabalhistas não são incomuns e a Samsung por muito tempo evitou o trabalho organizado, a greve dos funcionários desta gigante sul-coreana representa um momento significativo na história da empresa e do movimento sindical no país. A posição dos trabalhadores reflete a busca por melhores condições salariais e de trabalho, enquanto a Samsung procura manter sua posição competitiva no mercado global de chips de memória.

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