No entanto, um estudo recente revelou a existência de uma ramificação de rio chamada Ramo Ahramat, que passava na região durante o período de construção das três pirâmides de Gizé. Essa ramificação, que media 64 quilômetros de extensão e tinha entre 2 e 8 metros de profundidade, pode ter sido parte de um canal egípcio chamado Bahr Yussef. A descoberta foi possível graças ao uso de dados de imagem de satélite, antigos mapas e estudos geofísicos do solo profundo no Vale do Nilo.
Os pesquisadores acreditam que essa descoberta seja essencial para compreender melhor a configuração hidrológica da região e os fatores ambientais que influenciaram a decisão de onde construir as pirâmides. Além disso, a existência de estradas elevadas que ligavam os monumentos ao Ramo Ahramat sugere a importância desse corpo d’água para a logística e infraestrutura da região na época.
O desaparecimento do Ramo Ahramat, segundo os estudiosos, pode ser atribuído a mudanças geográficas ao longo dos séculos, como o movimento gradual do rio para regiões de menor altitude ou mudanças resultantes de atividades tectônicas. A deposição de areia na região também pode estar relacionada à desertificação do Saara.
Essa nova descoberta lança luz sobre um aspecto pouco explorado da construção das pirâmides egípcias e pode fornecer insights valiosos sobre a civilização da época e sua relação com o meio ambiente. A preservação desses antigos assentamentos torna-se ainda mais importante diante do avanço da urbanização e da necessidade de proteger o patrimônio histórico e cultural do Egito.