A Terra Yanomami tem enfrentado um aumento preocupante do garimpo ilegal e invasões, intensificando a crise humanitária na região. A designação tardia da comissão, após mais de um ano de espera, gerou repúdio de 78 entidades ligadas à causa indígena. A deputada Célia entrou para o grupo após protestar contra o ato do presidente Arthur Lira, que inicialmente formou a comissão apenas com deputados favoráveis ao marco temporal.
Em relação às emendas parlamentares destinadas aos povos indígenas, segundo dados da Câmara dos Deputados, somente a deputada Célia direcionou verbas especificas para essa finalidade. Nas emendas dos demais deputados, o termo “indígenas” aparece apenas uma vez, relacionado a programas do Ministério da Defesa em regiões distantes do país.
De acordo com a deputada Silvia Waiãpi, que destinou uma emenda de R$ 3 milhões para melhorias na saúde em uma região com maioria indígena, as emendas podem beneficiar indiretamente as comunidades indígenas. Ela ressaltou que seu compromisso como parlamentar é representar toda a sociedade, não apenas os indígenas.
A situação dos Yanomami tem sido alarmante, com 99 crianças yanomami menores de cinco anos morrendo de doenças evitáveis em 2022. A contaminação por mercúrio do garimpo e a falta de acesso à saúde básica contribuem para agravar a situação. Em meio a esse cenário, a Polícia Federal iniciou uma investigação por crimes como genocídio e omissão de socorro contra os Yanomami.
Diante desse contexto delicado, o Congresso em Foco buscou contato com todos os demais deputados que compõem a comissão externa, porém, somente a deputada Silvia respondeu até o momento. O espaço permanece aberto para eventual manifestação dos demais parlamentares sobre a destinação de suas emendas e a situação dos povos indígenas.