Resgate da memória: histórias e objetos perdidos nas enchentes são recuperados com amor e dedicação por voluntários em Sinimbu

Em meio à tragédia das enchentes, muitos objetos carregados de lembranças e sentimentos foram perdidos, enquanto outros conseguiram ser resgatados. A busca pela memória se tornou uma preocupação constante para os indivíduos e comunidades afetados pela catástrofe.

Segundo relatos, muitas famílias encontraram fotos danificadas após as enchentes, tornando difícil reconhecer o conteúdo das imagens. Mesmo assim, a ligação emocional com esses objetos se mantém forte, como no caso de um pai que detalhava as fotos dos filhos, mesmo com as imagens borradas. A casa da artesã Luciana Gastal, por exemplo, foi destruída pelas águas, deixando-a com a difícil tarefa de lidar com a perda de sua referência de lar e família.

Durante o processo de limpeza e reconstrução das residências, a empresária observou a importância de resgatar objetos que pudessem contar a história de cada família. Mesmo diante do caos e da urgência de limpar os destroços, Gastal procurou identificar peças e utensílios que poderiam ser restaurados, reconhecendo o valor das pequenas coisas.

A cidade de Sinimbu, com seus 10 mil habitantes e tradição de trabalho vinculado à terra, foi duramente atingida pelas enchentes, levando a uma preocupação com a preservação de sua história. Para evitar o apagamento dessa memória, Gastal e um grupo de amigas lançaram o projeto “São Nossas Origens” nas redes sociais, com o intuito de recuperar e restaurar pertences das famílias afetadas.

O trabalho minucioso de resgate e restauração de objetos tem sido fundamental para devolver esperança e dignidade àqueles que perderam tudo nas enchentes. Através da solidariedade e empenho dessas voluntárias, novas histórias estão sendo escritas e lares estão sendo reconstruídos, transformando objetos garimpados do lixo em elementos importantes para as novas narrativas que surgirão.

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