Essa não foi a primeira vez que o sistema apresentou falhas. Na última sexta-feira (3), o mesmo problema ocorreu e toda a água que havia sido drenada voltou a encher o centro da cidade. A região central de Porto Alegre conta com um sistema de escoamento de água do rio Guaíba, que inclui comportas de até 5 metros de altura, acionadas em caso de cheia. As casas de bomba são responsáveis por reter a água excedente para devolvê-la ao rio.
Uma moradora de um dos bairros afetados relatou que, após o desligamento das bombas, a água subiu rapidamente e chegou na altura da cintura. Vizinhos precisaram utilizar jet ski para se locomover próximos às suas casas, que ficam a cerca de 2 quilômetros da orla do rio Guaíba. O sistema desligado encontra-se a poucos metros do rio, próximo à sede do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
No contexto das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, o estado já contabiliza um trágico balanço: 83 mortes, 345 municípios afetados e 121 mil pessoas desabrigadas, sendo que 19 mil delas estão atualmente em abrigos. De acordo com dados recentes da Defesa Civil Estadual, divulgados nesta segunda-feira (6), 850 mil pessoas foram impactadas pelo evento climático. Além disso, 276 indivíduos estão feridos e 111 estão desaparecidos.
Dentre as cidades mais atingidas estão Cruzeiro do Sul, com oito mortes, Gramado com sete, Veranópolis, Caxias do Sul, Lajeado e Santa Maria, cada uma com cinco óbitos registrados. A situação exige atenção e medidas urgentes por parte das autoridades e da população para minimizar os impactos e garantir a segurança e o bem-estar de todos os afetados pelas enchentes.