Os diálogos obtidos nas investigações mostram a profundidade do envolvimento do grupo criminoso nas gestões municipais, inclusive com referências a secretários, pregoeiras e até mesmo a um deputado não identificado. Em Ferraz de Vasconcelos, município da região metropolitana, as conversas indicam ligações com uma ‘secretária’ da prefeitura e acertos em licitações sob suspeita.
A Operação Munditia, desencadeada recentemente, resultou na prisão de vereadores e servidores públicos suspeitos de envolvimento com a organização criminosa infiltrada pelo PCC na máquina pública. O pagodeiro do PCC foi peça fundamental nessas investigações, com mensagens que revelam acertos prévios em licitações e manipulação de processos.
As investigações também apontam para a presença de empresas suspeitas no comando de contratos públicos em Ferraz, com diálogos que mostram a influência do grupo criminoso nas decisões administrativas. Os diálogos interceptados entre os envolvidos demonstram a coordenação de lances em pregões e a manipulação dos resultados para favorecer interesses ilícitos.
Além disso, a denúncia da Promotoria aponta para um esquema de corrupção que não se limita a um único vereador, indicando a participação de outros agentes públicos, incluindo um ex-secretário de Governo do município. As mensagens recuperadas nos celulares dos envolvidos mostram negociações obscuras e entregas de propina, revelando a extensão da corrupção na cidade de Ferraz de Vasconcelos.
A prefeita Priscila Gambale foi procurada para se manifestar sobre as acusações, mas até o momento não emitiu nenhum posicionamento. A investigação continua em andamento para esclarecer os detalhes desse esquema de corrupção que envolveu o pagodeiro do PCC e outras figuras públicas de Ferraz de Vasconcelos.