De acordo com o levantamento do Inmet, as regiões Sul e Norte do Brasil foram as mais afetadas pelas mudanças climáticas provocadas pelo El Niño. Enquanto o Sul experimentou tempestades e volumes de chuva muito acima da média, o Norte enfrentou períodos de escassez hídrica, com acumulados de precipitação próximos ou abaixo do esperado.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, foram registrados os maiores volumes de chuva, com destaque para Passo Fundo, onde o acumulado foi de 2.840 mm, 922 mm acima da média histórica anual. Já em Mato Grosso, municípios como São Vicente e Matupá tiveram déficits de chuva significativos, em relação às médias esperadas.
Além disso, a região Nordeste também sofreu com o impacto do El Niño, registrando temperaturas médias acima do normal. Nas estações meteorológicas de Guaramiranga (CE) e Triunfo (PE), as temperaturas chegaram a 26ºC, com desvios de mais de 4ºC em relação à média.
De acordo com Danielle Ferreira, meteorologista do Inmet, o El Niño está em processo de enfraquecimento e há previsões de transição para a neutralidade climática, com possibilidade de desenvolvimento do fenômeno La Niña. Esta transição pode trazer uma mudança de padrão climático para o Brasil no segundo semestre, com potencial para o resfriamento das águas do oceano Pacífico e a ocorrência de um inverno mais frio em 2024.
Portanto, os efeitos do El Niño continuam sendo monitorados pelos órgãos meteorológicos, e as projeções indicam a possibilidade de mudanças significativas nas condições climáticas do Brasil ao longo do ano. É importante estar atento às atualizações e recomendações dos especialistas para lidar com os impactos desses fenômenos climáticos.