Tensão no Oriente Médio impulsiona alta do dólar e queda da Bolsa de Valores em dia de preocupações econômicas e políticas.

O mercado financeiro brasileiro enfrentou uma semana de turbulências, marcada por diversos fatores que influenciaram diretamente a economia do país. Inicialmente, a percepção de fragilidade das contas públicas brasileiras e a expectativa de que os juros nos Estados Unidos não devem cair tão cedo impactaram os negócios. No entanto, uma nova preocupação surgiu no radar dos investidores na sexta-feira, dia 12: o risco de um agravamento nos conflitos no Oriente Médio, com a tensão entre Irã e Israel em alta.

Essa nova incerteza levou a uma forte alta do dólar em relação ao real, com a moeda americana fechando a R$5,12 no final do dia. O aumento foi de 0,6%, com uma valorização acumulada de 1,1% somente na semana. No mês, a alta do dólar já chega a 2,11%, refletindo a instabilidade e a falta de previsibilidade nos mercados internacionais.

O cenário global contribuiu para o fortalecimento do dólar, especialmente com a expectativa de que o Federal Reserve adie a redução nas taxas de juros para o segundo semestre. Além disso, os sinais de um possível ataque do Irã a Israel aumentaram ainda mais a busca por ativos seguros, como os Treasuries e a própria moeda americana, gerando um movimento de “fuga para a qualidade” entre os investidores.

No âmbito nacional, a instabilidade política e as dúvidas em relação ao compromisso do governo com o equilíbrio fiscal também pesaram na cotação do real. A crise envolvendo a Petrobras e a tentativa de mudança no arcabouço fiscal foram pontos de preocupação para os analistas de mercado, que sinalizam a necessidade de mais clareza e segurança nas políticas econômicas do país.

Por outro lado, a Bolsa de Valores apresentou queda de 1,14%, reflexo da cautela dos investidores e da falta de atratividade para trazer recursos ao Brasil neste momento. Empresas como Vale e Petrobras também foram impactadas, apesar do avanço nos preços do minério e do petróleo. A semana foi marcada por um cenário de incertezas e discussões sobre o futuro da política fiscal, com executivos do mercado se reunindo com diretores do Banco Central para avaliar o panorama econômico e seus possíveis desdobramentos.

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