A nova organização do ensino médio, determinada pela lei sancionada pelo governo Temer, estabelece 3.000 horas de aulas ao longo de três anos, sendo 60% com as disciplinas tradicionais e 40% destinadas aos itinerários formativos. No entanto, a pesquisa constatou que a redução do tempo dedicado às disciplinas regulares fez com que os estudantes se sentissem despreparados para as provas de ingresso ao ensino superior.
Além disso, a pesquisa apontou que 64,5% dos alunos não cursaram o itinerário que escolheram, evidenciando uma lacuna entre a teoria da nova reforma e a prática nas escolas. A falta de aulas de disciplinas básicas como história, geografia, biologia, química e física no último ano do ensino médio também foi destacada como um problema para os estudantes.
A baixa participação dos estudantes no Enem em São Paulo, sendo o estado com a segunda menor taxa de participação na última edição da prova, levanta questões sobre a eficácia da nova reforma. Os dados ainda revelam que a maioria dos alunos não está satisfeita com os itinerários formativos escolhidos e não aprovam as disciplinas criadas para essa parte do currículo.
Diante das críticas e dos desafios apresentados, o governo tem buscado ajustar o modelo do ensino médio, como a redução dos itinerários formativos de 11 para dois, priorizando as disciplinas regulares e ampliando o número de aulas tradicionais. A necessidade de garantir a qualidade do ensino e a preparação adequada dos estudantes para o ingresso no ensino superior e no mercado de trabalho são pontos importantes a serem considerados e debatidos.