Rubinho Nunes justifica a necessidade da CPI afirmando que o objetivo é investigar a dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição na cidade de São Paulo. O vereador alega possuir provas contundentes contra o religioso, que sempre negou as acusações.
Inicialmente, o foco da CPI era investigar apenas as ONGs que atuam na região central da cidade, como o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e o coletivo A Craco Resiste, mas recentemente Rubinho Nunes alterou o escopo da investigação para direcionar o foco para Júlio Lancellotti, sem deixar de lado as entidades. Segundo o vereador, houve depoimentos de possíveis vítimas do padre.
Para convencer os parlamentares sobre a necessidade da investigação, Nunes e Milton Leite, presidente da Câmara, enviaram um vídeo que supostamente mostra o religioso em situações comprometedoras. O material ainda não teve sua autenticidade comprovada e Lancellotti alega que o conteúdo foi adulterado. Este mesmo vídeo foi compartilhado em 2020, quando o então candidato à Prefeitura de São Paulo, Arthur do Val, fez denúncia à Igreja Católica, que acabou arquivando a investigação.
Diante das acusações e da pressão popular, a Arquidiocese anunciou a abertura de uma nova investigação para apurar a conduta do padre, que sempre negou as acusações e afirmou que confia que as apurações esclarecerão a verdade dos fatos. O regimento da Câmara Municipal permite a realização de até cinco CPIs simultaneamente, sendo que as atuais em andamento tratam da Enel, da Violência contra a Mulher e de Furtos de Fios e Cabos. A decisão sobre a abertura da CPI do padre Júlio Lancellotti promete gerar debates acalorados e dividir opiniões entre os vereadores e a população.