Os setores de comunicação, transportes e habitação foram os principais responsáveis pelo aumento dos preços no segundo mês do ano, de acordo com informações do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Em comparação com janeiro, em que a inflação foi de 20,6%, e dezembro, com 25,5%, houve uma leve redução nos índices inflacionários.
Milei comemorou os resultados desta terça-feira, chamando de “numeraço” o índice divulgado e destacando o que considerou uma forte desaceleração dos preços. Ele atribuiu essa redução à “forte disciplina fiscal” de seu governo. No entanto, essa contenção dos preços tem tido impactos negativos no consumo dos argentinos, além de causar uma desvalorização dos salários e aposentadorias, que não têm acompanhado a subida dos preços.
Como estratégia para frear a elevação dos preços, o Ministério da Economia autorizou a importação de diversos produtos da cesta básica, além de medicamentos que tiveram aumentos acima da inflação do período. A Argentina, que historicamente controla suas importações e incentiva as exportações para atrair dólares, busca lidar com as consequências da alta inflação e das restrições para aquisição da moeda estrangeira. O Banco Central também reduziu o prazo de pagamento de importações de alimentos, passando de parcelamentos de até 120 dias para pagamento único em 30 dias.
Essas medidas fazem parte do plano de ajuste fiscal do governo argentino, liderado por Milei, que pretende alcançar um déficit zero ainda este ano. A expectativa é de que essas ações possam controlar a inflação e trazer mais estabilidade econômica ao país.