Jaqueline estava no local acompanhada de familiares e amigos, ansiosa para celebrar sua conquista acadêmica. Contudo, um incidente com uma chapa de fondue provocou queimaduras graves em seu queixo, braços, seios e mãos. Atualmente, a paciente encontra-se em coma induzido em uma UTI do hospital geral Associação de Caridade Santa Casa, e os médicos não preveem sua alta pelos próximos 15 dias, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira.
A jovem Jaqueline Tedesco possui uma trajetória acadêmica de destaque, sendo a quarta indígena a se formar em Direito pela Universidade Federal de Rio Grande (Furg). Além disso, ela foi a primeira mulher indígena a ocupar a coordenação-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes) da universidade e é integrante ativa da Upei (União Plurinacional dos Estudantes Indígenas), que luta pela inclusão e permanência de indígenas nas universidades de todo o Brasil.
Uma testemunha do acidente, a estudante de Direito Mara Rodrigues, também membro da etnia kaingang, descreveu a tragédia daquela noite. Segundo Mara, o restaurante não prestou assistência imediata a Jaqueline e nem à garçonete que também ficou ferida no acidente. Ambas foram socorridas pelos clientes e levadas ao hospital.
O restaurante Le Petit, palco do acidente, divulgou uma nota nas redes sociais expressando preocupação e pesar pelo ocorrido. A empresa se desculpou com as vítimas e afirmou estar prestando assistência às duas envolvidas. Ressaltaram ainda que, desde 2009, não haviam enfrentado ocorrências desse tipo devido ao uso de materiais adequados.
A gravidade do acidente gerou comoção e revolta nas redes sociais, com muitos exigindo medidas preventivas rigorosas para evitar que situações semelhantes se repitam. Enquanto isso, a jovem Jaqueline Tedesco luta pela sua recuperação, em um processo que, segundo os médicos, pode ser longo e desafiador. A esperança é de que ela possa se recuperar completamente e retomar sua brilhante trajetória acadêmica e de luta pela inclusão indígena no ensino superior.