Operação Verão 2024: número de suspeitos mortos em Santos eleva para 31, tornando-a a segunda ação mais letal da história de São Paulo

Nas primeiras horas da madrugada desta quarta-feira (21), um homem veio a óbito em um suposto confronto com policiais militares na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Com este óbito, o número de suspeitos mortos na Baixada Santista durante a Operação Verão chegou a 31, desde o seu início após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, no dia 2 de fevereiro.

Segundo informações da SSP (Secretaria da Segurança Pública), o homem, que ainda não foi identificado, teria atirado contra os policiais militares na avenida Nossa Senhora do Monte Serrat. A pasta informou que os policiais estavam em uma operação na região quando avistaram dois indivíduos armados, que, ao perceberem a aproximação da equipe, atiraram contra eles, o que levou os policiais a intervirem. Um dos homens foi atingido e o outro conseguiu fugir. O homem atingido foi socorrido à Santa Casa da cidade, mas acabou falecendo. Ele estava portando uma pistola calibre 45, uma mochila com pequenos tubos de substância em pó e dois celulares.

As armas dos policiais foram encaminhadas para perícia, e o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio na Central de Polícia Judiciária de Santos. A quantidade de óbitos na Operação Verão 2024 é considerada a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

A quantidade de homicídios registrados na Baixada entre os dias 3 e 21 de fevereiro já supera o total de 40 dias da Operação Escudo, realizada na mesma região entre 28 de julho e 5 de setembro. Durante a Operação Escudo, 28 pessoas foram mortas após o assassinato do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, que foi baleado em uma via na periferia de Guarujá na noite de 27 de julho. Esta semelhança entre os dois períodos de operações policiais levanta questionamentos sobre práticas de abuso e violência policial, segundo relatos de familiares das vítimas e testemunhas.

Segundo a SSP, a Operação Verão tem como objetivo o combate à criminalidade e a garantia da segurança da população. De acordo com a gestão Tarcísio de Freitas, 706 criminosos foram presos, mais de meia tonelada de drogas foram apreendidas, assim como 81 armas ilegais. No entanto, a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, afirmou que a atual Operação Verão está repleta de denúncias de abuso e violência policial, incluindo práticas de execuções sumárias e destruição de câmeras de vigilância das ruas.

Diante destas denúncias, a SSP declarou que as forças de segurança do estado atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional e que as corregedorias estão à disposição para formalizar e apurar toda e qualquer denúncia contra agentes públicos. A gestão Tarcísio reafirmou o compromisso com a legalidade, os direitos humanos e a transparência.

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