O professor Alex Florindo, da EACH-USP, ressaltou que, além do investimento em infraestrutura viária, é fundamental implementar políticas públicas voltadas para o público que ainda utiliza pouco esse modal de transporte, especialmente as mulheres. Segundo o estudo, a maioria dos ciclistas que declararam usar a bicicleta como meio de transporte em São Paulo são homens, mais jovens, ativos e possuem bicicleta própria.
Além disso, o grupo de pesquisadores liderado por Florindo investigou como o fato de residir nas proximidades de ciclovias contribui para a prática de atividades físicas no lazer. O estudo apontou um aumento tanto na hipertensão quanto na prática de atividade física no lazer entre os anos de 2014/2015 e 2020/2021. Os pesquisadores constataram que morar a até um quilômetro de distância de ciclovias incentiva a mudança de hábitos para a prática de atividades físicas no lazer.
Florindo ressaltou a importância das ciclovias não apenas para o uso da bicicleta como transporte, mas também para a prática de exercícios físicos como caminhadas, corridas e o próprio uso da bicicleta como lazer. No entanto, ele alertou que as estruturas das ciclovias ainda estão concentradas nas regiões centrais da cidade de São Paulo, o que reforça a desigualdade de acesso a essas práticas nas periferias.
Em relação ao uso da bicicleta como meio de transporte, o estudo confirmou que os homens têm mais chances do que as mulheres de utilizarem a bicicleta na cidade de São Paulo. E apenas 13% dos entrevistados que declararam utilizar a bicicleta como meio de transporte eram mulheres.
Em suma, as pesquisas ressaltaram a importância de investir não apenas na infraestrutura de vias para bicicletas, mas também em políticas públicas voltadas para o estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte, especialmente entre as mulheres e moradores das periferias.