Aumento de mortes causadas pela Polícia Militar na Baixada Santista preocupa autoridades em São Paulo.

Os números de mortes causadas por ações da Polícia Militar (PM) na região da Baixada Santista, no litoral paulista, mais do que dobraram no último ano. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) publicados no Diário Oficial desta quinta-feira (1º), foram registradas 72 mortes causadas por policiais militares em 2023, um aumento considerável em relação às 34 mortes registradas em 2022.

Na cidade de Santos, os policiais militares em serviço foram responsáveis por 16 mortes no ano passado, enquanto em 2022 as ações da corporação resultaram na morte de 14 pessoas. Já em Guarujá, as mortes decorrentes do trabalho da Polícia Militar passaram de quatro em 2022 para 27 no ano passado. Em São Vicente, foram registradas 12 mortes em 2023, enquanto em 2022 os policiais em serviço mataram sete pessoas.

Os números também refletem um aumento no estado como um todo, onde as mortes por policiais militares em serviço aumentaram 38% em 2023, passando de 256 em 2022 para 353. Na capital paulista, as mortes causadas pelos agentes da corporação passaram de 75 em 2022 para 92 em 2023, um aumento de 22%.

Um dos motivos apontados para o aumento de mortes na região da Baixada Santista foi a chamada Operação Escudo, realizada no período de três meses, de 23 de julho a 21 de setembro. Durante a operação, que foi uma reação do governo estadual ao assassinato do policial militar Patrick Bastos dos Reis, foram registradas 38 mortes. A ação recebeu diversas denúncias de violações de direitos, com o Conselho Nacional de Direitos Humanos coletando relatos de execuções que teriam ocorrido durante as ações.

Relatórios divulgados pela Defensoria Pública apontaram que a maioria das pessoas presas em flagrante durante a Operação Escudo estavam desarmadas, com 90% delas não portando armas. Além disso, em 67% dos casos, não houve apreensão de drogas. A operação resultou na prisão de 976 suspeitos em 40 dias, mas a SSP-SP afirmou que a existência da denúncia não desqualificaria a operação, destacando a apreensão de 119 armas e quase uma tonelada de drogas.

A reportagem entrou em contato com a SSP-SP para comentar o aumento das mortes causadas pela polícia e aguarda resposta. As autoridades têm o desafio de lidar com esse cenário preocupante e encontrar maneiras de garantir a segurança pública sem recorrer a ações extremas que colocam em risco a vida dos cidadãos.

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