Casal líbio-brasileiro continuará preso na Turquia até audiência de custódia em caso de tráfico internacional de drogas.

O casal líbio-brasileiro Ahmed Hasan e Malak Hasan teve sua prisão na Turquia prorrogada até o dia 24 de janeiro, data marcada para uma nova audiência de custódia. Eles respondem a um processo por tráfico internacional de drogas, mas a defesa alega que foram vítimas de uma troca de etiquetas de bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Segundo a advogada Luna Provázio, que representa o casal no Brasil, ambos foram presos provisoriamente em 30 de novembro. Antes da prisão, Ahmed já estava impedido de deixar a Turquia havia seis meses, aguardando o processo sob acusação de tráfico internacional de drogas.

Malak, que estava no Líbano, foi a Istambul em novembro para participar da audiência na Justiça.

A defensora afirma que eles foram vítimas da mesma quadrilha que trocou as etiquetas das malas das brasileiras Kátyna Baía, 44, e Jeanne Paolini, 40, que passaram mais de um mês presas na Alemanha, acusadas do mesmo crime.

A próxima revisão da prisão provisória está marcada para o dia 24, e a defesa tenta antecipar a data, mas depende do deferimento da Corte de Justiça da Turquia.

Os advogados estão recorrendo das decisões e insistindo na liberdade provisória deles, uma vez que há diversas provas da inocência do casal. A defesa afirma que relatórios e provas produzidas pela Polícia Federal do Aeroporto de Guarulhos já foram enviadas oficialmente via Ministério da Justiça para a Turquia.

A advogada destacou que a Corte de Justiça da Turquia fundamenta que a prisão provisória se faz necessária porque ambos são estrangeiros e, segundo eles, esse motivo, por si só, aumenta o risco de fuga dos investigados antes da conclusão do processo.

Além disso, de acordo com a defensora, Ahmed faz uso de medicamentos contínuos, essenciais para sua saúde, e no presídio não estariam entregando os remédios para ele de forma correta. A situação tem afetado inclusive os filhos do casal, que estão vivendo com tios e enfrentam profundas dificuldades emocionais.

Ahmed e Malak são da Líbia, mas têm nacionalidade brasileira, porque os dois filhos —de 1 e 2 anos— nasceram no Brasil, e ainda são cidadãos turcos por causa das empresas que têm naquele país. A prisão de ambos ocorreu em novembro, e eles respondem por acusações relacionadas ao crime de tráfico de drogas.

A história do casal é marcada por acusações de troca de etiquetas de malas, que levaram à apreensão de 43 kg de cocaína. A defesa alega que as etiquetas das malas com drogas foram retiradas de suas bagagens e reutilizadas nas malas com droga em um voo realizado quatro dias após o casal deixar o Brasil.

A defensora afirmou que não há indicativos de que Malak tenha tido participação no tráfico internacional de drogas, mas sim que suas etiquetas foram reutilizadas para o envio da cocaína.

Apesar das tentativas da defesa em reverter a situação, o casal continuará na prisão pelo menos até o dia 24 de janeiro, quando está prevista uma nova audiência para discutir o caso. Enquanto isso, a família enfrenta o desafio da separação e das dificuldades enfrentadas no sistema carcerário turco. O desfecho do caso ainda é incerto, e a angústia dos envolvidos permanece.

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