A decisão de enviar o navio foi tomada após uma visita de um secretário de Relações Exteriores britânico à Guiana no início de dezembro. O governo britânico divulgou um comunicado informando que o HMS Trent visitará a Guiana como parte de uma série de compromissos na região durante a implementação da Tarefa de Patrulha do Atlântico.
A tensão na região de Essequibo aumentou depois que a Venezuela promoveu um plebiscito em 3 de dezembro. Neste plebiscito, 96% dos eleitores teriam votado favoravelmente à criação de um novo estado em Essequibo e da concessão de nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região. Isso gerou ainda mais impasse na disputa territorial entre os dois países, já que a região de Essequibo é geralmente reconhecida como parte da Guiana, mas nos últimos anos a Venezuela retomou a reivindicação sobre o território após grandes descobertas de petróleo e gás.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reuniram-se pela primeira vez no último dia 14 para tentar estabelecer um diálogo sobre Essequibo. Após o encontro, os países divulgaram uma declaração na qual se comprometeram a não ameaçar ou usar a força “um contra o outro em quaisquer circunstâncias, incluindo aquelas decorrentes de controvérsias existentes entre os dois Estados”.
A situação fica ainda mais tensa com a Corte Internacional de Justiça (CIJ) exortando a Venezuela a não anexar o território de Essequibo. O presidente guianense, Ali, declarou que a CIJ é a responsável por “decidir a controvérsia sobre as fronteiras entre Guiana e Venezuela”, mas o regime de Maduro não reconhece a jurisdição da corte no caso. Esta tensão na região de Essequibo levou o Reino Unido a enviar seu navio de guerra para apoiar a Guiana em meio a toda esta disputa territorial.