Essas declarações provocaram diversas análises e críticas. Alguns especialistas apontam que, apesar do confronto entre Executivo e Legislativo, a questão de legitimidade dual em regimes presidenciais la Juan Linz pode ser considerada, mas, na realidade, o PT é francamente minoritário no Congresso, com apenas 13% da Câmara.
A referência à agenda vitoriosa na eleição presidencial foi considerada estapafúrdia por alguns analistas, que apontam que o pleito foi uma disputa de rejeições e não um confronto programático. Além disso, partidos parceiros do governo como o União Brasil e os Republicanos detém 62% da Câmara, o que deixa a oposição com apenas 99 deputados.
Além disso, a declaração de Gleisi Hoffmann também gerou espanto devido ao ataque aos parceiros da coalizão de governo, vindo de um partido hiperminoritário. O PT tem governado com coalizões a contragosto e não as inclui plenamente nos governos. Outro ponto levantado foi a crítica à norma do orçamento impositivo no presidencialismo, que ignora a experiência de países como os EUA e o semipresidencialismo francês.
Em meio a essas declarações, a semana foi marcada pela derrubada de vetos presidenciais cruciais e pela aprovação da reforma tributária por 365 votos a favor e 118 contra, o que sugere que a reforma reflete não a agenda do PT, mas uma agenda suprapartidária.
A declaração de Gleisi Hoffmann certamente gerou repercussão e trouxe à tona questionamentos sobre a influência do PT no cenário político atual, bem como as relações do partido com seus parceiros de coalizão. Como resultado, o debate sobre a legitimidade e efetividade do atual governo ganhou destaque e promete continuar gerando discussões nos próximos dias.