Embora os países participantes da COP28 tenham assumido o compromisso de fazer a transição das energias fósseis, 2023 superou o recorde estabelecido em 2022. Esse aumento no consumo coincide com a previsão de que 2023 será o ano mais quente já registrado, de acordo com o observatório europeu Copernicus.
A queima de carvão para produção de energia e indústrias é uma das principais causas de emissões de dióxido de carbono (CO2). Reduzir a produção mundial de carvão tem sido um compromisso assumido pelos países desde a COP26, em 2021.
Segundo a AIE, a tendência de aumento no consumo de carvão é impulsionada principalmente pela China, com um acréscimo de 220 milhões de toneladas em comparação com o ano anterior. A Índia também registrou um aumento significativo, com 98 milhões de toneladas a mais. Por outro lado, o consumo diminuiu consideravelmente na Europa e nos Estados Unidos, devido ao fechamento de centrais de carvão e mudanças na indústria.
No entanto, a AIE prevê que o consumo atingirá seu pico em 2023 e começará a diminuir a partir do próximo ano, com o avanço das energias renováveis, como eólica e solar. A agência também ressalta as situações paradoxais, como o aumento do consumo de carvão pela Indonésia, devido ao boom da extração de níquel para a fabricação de baterias para carros elétricos.
A China continua sendo o maior consumidor de carvão do mundo, representando 54% do consumo total. No entanto, a previsão é de que a Índia ultrapasse a China como principal consumidora de carvão a partir de 2026.
Diante desse cenário, a AIE destaca a necessidade de acelerar a transição para fontes de energia mais limpas, como parte dos esforços globais para combater as mudanças climáticas. A agência, fundada em 1974 no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), continua monitorando e analisando o cenário energético global para fornecer insights e orientações para políticas futuras.