Aprovação de texto no Congresso facilita remoção de informações em embalagens de agrotóxicos, gerando preocupação ambiental e de saúde

O Congresso aprovou recentemente um texto que traz mudanças significativas nas regras de rotulagem e proibição de agrotóxicos, causando preocupação em diversos setores e órgãos ambientais. O artigo 41º da nova legislação dispensa a necessidade de os fabricantes gravarem informações de modo indelével nas embalagens dos agrotóxicos, o que significa que rótulos em relevo, que são impossíveis de serem removidos sem danos, não são mais obrigatórios. Isso inclui informações como o nome da empresa titular do registro e advertências sobre o não reaproveitamento das embalagens, o que representa uma medida básica de saúde e segurança.

Além disso, essa alteração na legislação dificulta a responsabilização das empresas que façam a destinação inadequada das embalagens de agrotóxicos, o que levanta preocupações sobre os impactos socioambientais e riscos à saúde e ao meio ambiente. Autoridades ambientais alertam que retroceder no controle de embalagens desses produtos pode representar um grande retrocesso e aumentar os riscos para a saúde e o meio ambiente.

Outro ponto que tem gerado grande preocupação é o artigo 4º da nova lei, que estabelece que apenas os produtos que apresentarem um “risco inaceitável” serão proibidos. Essa redação deixa em aberto a possibilidade de haver uma certa tolerância ao risco, sem deixar claro quais seriam os critérios para embasar essa decisão. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), essa falta de clareza nos critérios pode abrir espaço para a liberação de produtos que representam perigos à saúde e ao meio ambiente.

Por fim, o Ibama ressalta a importância de garantir que os filtros de proibição vigentes sejam mantidos e critica a vagueza e insuficiência do filtro escolhido pela nova lei. O órgão alerta que o Brasil não pode se tornar um “caminho livre” para substâncias banidas em outros países.

Essas mudanças na legislação têm gerado debate e preocupação entre especialistas e autoridades ambientais, que destacam a importância de garantir a segurança e proteção da saúde e do meio ambiente diante do uso de agrotóxicos. A falta de clareza e rigidez nas regras pode representar um retrocesso nas medidas de controle e proteção, o que levanta questionamentos sobre os impactos dessas mudanças a longo prazo. A sociedade civil e organizações ambientais seguem atentas e comprometidas em acompanhar de perto o desenrolar e a implementação dessas novas medidas.

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