Ministra Marina Silva propõe criação de instância de discussão e negociação para eliminação dos combustíveis fósseis na COP28 da ONU.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez uma proposta ousada durante a COP28 do Clima da ONU, realizada no último sábado (9). Ela sugeriu a criação de uma instância de discussão e negociação para tratar da eliminação dos combustíveis fósseis dentro da Convenção-Quadro do Clima da ONU. Segundo Marina, é necessário que todos os países acelerem a transição para energias renováveis, mas também é urgente que haja um esforço conjunto entre consumidores e produtores de energia para reduzir o uso de combustíveis fósseis.

A ministra reforçou o discurso feito pelo presidente Lula na abertura da COP28, destacando a necessidade de eliminar a dependência das economias dos países dos combustíveis fósseis. No entanto, essa proposta tem se tornado uma disputa central dentro das negociações da COP28, já que o balanço global, documento que reúne uma avaliação sobre os esforços globais feitos até o momento e recomendações para os países, deve ser fechado até o final da conferência, no dia 12.

Apesar de ser a causa principal da crise climática, a proposta de abandonar os combustíveis fósseis só começou a aparecer nas negociações climáticas na COP26, há dois anos, em Glasgow, e ganhou força neste ano. No entanto, as diversas propostas de abandono ou redução dos combustíveis fósseis podem desaparecer do documento final, caso a condição seja imposta por um país para se chegar a um consenso.

Marina também ressaltou a importância de encontrar respostas para a eliminação dos fósseis que considerem as diferenças nacionais e as alternativas de desenvolvimento social e econômico, especialmente em países mais vulneráveis. Além disso, ela alertou para a necessidade de garantir que as concessões nas negociações não ameacem o objetivo de conter o aquecimento global em 1,5ºC.

A ministra enfatizou que o sucesso da COP30, que será presidida pelo Brasil, dependerá da aprovação de um balanço geral alinhado com a meta de 1,5ºC. Ela listou as dimensões que devem ser consideradas nesse balanço, incluindo ações pré-2030, recomendações para futuras metas nacionais, novos compromissos para financiamento e um objetivo global de adaptação condizente com os riscos reais.

Dessa forma, a proposta de Marina Silva durante a COP28 do Clima da ONU evidencia a urgência de ações concretas para enfrentar a crise climática e a necessidade de um esforço conjunto dos países para alcançar metas ambiciosas. Essa discussão deve continuar nas próximas edições da conferência e se tornar uma pauta obrigatória, mas é fundamental que as negociações não comprometam os esforços de limitar o aquecimento global.

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