Chama atenção o fato de que os homens manifestaram mais entusiasmo pelo futebol feminino do que as mulheres. Enquanto 71% dos homens afirmaram ter interesse na modalidade, apenas 56% das mulheres demonstraram o mesmo interesse. Entre as mulheres, 16% declararam ter “muito interesse”. Vale ressaltar que a margem de erro para essa segmentação é de três pontos percentuais.
Além disso, é interessante observar que o interesse pelo futebol feminino é maior entre os jovens. A pesquisa revelou que 76% dos entrevistados com idades entre 16 e 24 anos demonstram interesse na modalidade, enquanto esse número vai diminuindo nas faixas etárias seguintes, chegando a 57% entre aqueles com 60 anos ou mais. A margem de erro para essas faixas etárias é de quatro pontos percentuais.
A pesquisa também aponta que ainda é baixo o número de brasileiros que já foram ao estádio para assistir a uma partida de futebol feminino, em comparação com o futebol masculino. Apenas 10% da população já presenciou um jogo feminino in loco, sendo que 12% dos homens e 8% das mulheres já tiveram essa experiência.
Na televisão, o interesse pelo futebol feminino também é maior entre os homens. Entre os entrevistados, 62% dos homens afirmaram ter assistido a pelo menos um jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina, enquanto entre as mulheres esse número foi de 52%. É importante ressaltar que a pesquisa foi realizada entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, antes da partida final da seleção brasileira.
Apesar disso, tanto homens quanto mulheres veem a relevância do futebol feminino em crescimento. Segundo a pesquisa, 72% da população acreditam que a relevância da modalidade está aumentando. A maioria também considera o futebol feminino “muito importante” para as mulheres em geral (75%), para o esporte brasileiro (77%) e para a sociedade brasileira (69%).
Esses números refletem o contexto histórico do futebol feminino, que foi proibido por lei no Brasil até 1979 e levou certo tempo para receber algum tipo de incentivo. No entanto, nos últimos anos, houve mudanças significativas, como a consolidação do Campeonato Brasileiro feminino, que é disputado desde 2013 e conta com os principais clubes do país. Os públicos nas partidas estão crescendo, seguindo uma tendência já existente na Europa. Um exemplo disso foi a final do último Brasileiro feminino, que contou com um público de 41.070 espectadores no estádio de Itaquera, em São Paulo, um recorde para jogos de clubes femininos na América do Sul.
Apesar da decepção com a campanha do Brasil na Copa do Mundo feminina, eliminado na primeira fase, a pesquisa reforça a percepção de que a importância do futebol feminino está em ascensão.