No bairro dos Flexais, os manifestantes reclamam de não terem sido contemplados no plano de realocação e temem ficar ainda mais isolados, considerando a evacuação nas proximidades. De acordo com Jackson Douglas Ferreira de Souza, 812 residências e 3.500 pessoas estão em perigo, sem contar o prejuízo ao comércio local e à educação, uma vez que as escolas fecharam e apenas uma igreja continua a receber fiéis.
Já no bairro do Bom Parto, mais residências foram adicionadas ao mapa de risco atualizado pela prefeitura, aumentando a tensão e a incerteza dos moradores. A situação é de abandono, com praças vazias e casas se deteriorando, afetando a vida dos habitantes e causando estresse e medo.
A Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta na quarta-feira, instruindo os moradores a deixarem o local e decretando estado de emergência por 180 dias. A situação tem ligação com o afundamento do solo que atinge cinco bairros da capital de Alagoas, problema iniciado em março de 2018 devido às atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
Na manhã desta sexta-feira, o deslocamento vertical acumulado da mina 18 era de 1,42 m, e a velocidade vertical era de 2,6 cm por hora, segundo a Defesa Civil de Maceió. A situação é alarmante e tem impactado o abastecimento de água em diversos bairros, além de forçar a evacuação de milhares de pessoas, deixando-as em estado de alerta e incerteza.
A empresa Braskem se pronunciou sobre a situação, indicando a possibilidade de uma acomodação gradual até a estabilização, mas as comunidades afetadas estão exigindo mais transparência e ação imediata para proteger suas vidas e bens. O prefeito João Henrique Caldas e a Marinha sobrevoaram a área da Lagoa Mundaú nesta sexta para realizar uma vistoria e buscar soluções para a crise.
Diante dessa situação, a população de Maceió segue em estado de alerta e tensão, exigindo respostas e soluções das autoridades e da empresa responsável, buscando proteção e segurança para suas famílias e comunidades.
