A Black Friday teve sua origem nos Estados Unidos na década de 1980, quando os comerciantes viram a oportunidade de aproveitar o grande movimento de pessoas nas ruas durante o Dia de Ações de Graças para criar a temporada de compras de fim de ano. O evento traz a promessa de descontos vantajosos, mas, de acordo com uma pesquisa realizada pelo grupo Zoom/Buscapé e divulgada pela Folha, produtos como celulares, lavadoras, geladeiras e televisões tiveram um aumento de preço no início do mês. Esta prática, conhecida como “tudo pela metade do dobro”, mostra que nem sempre os descontos são reais ou vantajosos para o consumidor.
Além disso, a Black Friday também tem sido marcada por estratégias de marketing que visam a manipulação do consumidor. Anúncios do tipo “ofertas por tempo limitado”, “estoque limitado” e “restam só duas unidades” geram a sensação de urgência e escassez, levando o consumidor a agir por impulso. A estratégia da exclusividade para clientes “VIPs” também tem efeito, mesmo quando o consumidor sabe que está sendo manipulado.
A psicologia por trás das estratégias de marketing da Black Friday é bastante complexa, e gurus do marketing e psicólogos trabalham durante o ano todo para planejar como atiçar o prazer pela barganha, aproveitando-se das fraquezas humanas. Consumir na Black Friday é como ir a uma churrascaria com um buffet completo estando com fome: o impulso é aproveitar tudo, mesmo que isso possa gerar consequências negativas.
Portanto, a Black Friday vai muito além de simples descontos e promoções vantajosas. Ela é resultado de estratégias de marketing e manipulação psicológica que potencializam o impulso de compra, muitas vezes levando o consumidor a adquirir produtos pelos quais ele nem mesmo tem necessidade.