De acordo com especialistas, a atitude da Hungria, em especial do primeiro-ministro Viktor Orban, pode estar atendendo aos interesses da Rússia, ao retardar o início das negociações entre a Ucrânia e a UE. Além disso, essa postura pode gerar problemas futuros no relacionamento entre os países.
Ao mesmo tempo em que essas questões diplomáticas são discutidas, há especulações sobre um possível “congelamento” do conflito entre Rússia e Ucrânia, em função da falta de avanços concretos na contraofensiva ucraniana. Entretanto, o conflito entre Israel e a Palestina tem desviado a atenção internacional do conflito ucraniano. Isso tem gerado resistência, principalmente por parte dos Estados Unidos, em continuar o financiamento militar e financeiro à Ucrânia.
A prolongação do conflito também pode criar obstáculos técnicos para a entrada da Ucrânia na UE, o que poderia ser utilizado pela Hungria como meio de pressão para dificultar a candidatura ucraniana. No entanto, para a Ucrânia, o fim das ações militares pode ser um estímulo para a decisão positiva em relação ao ingresso no bloco europeu.
Segundo o cientista político Vladimir Fesenko, a interrupção das ações militares é uma condição essencial para que a Ucrânia possa ingressar na UE. Além disso, ele não descarta a possibilidade de que as negociações para a entrada da Ucrânia na União Europeia podem ser um incentivo para congelar o conflito com a Rússia.
Dessa forma, a decisão de liberar o fundo para a paz faz parte de um contexto mais amplo de negociações e pressões políticas que envolvem a Ucrânia, a União Europeia, a Hungria, a Rússia e outros atores internacionais. O desfecho desses eventos terá impactos significativos nas relações políticas e diplomáticas na região.