“Líder da bancada evangélica afirma: ‘Não sou aliado de Lula ou da esquerda, mas sou adepto do diálogo'”.

O deputado federal Silas Câmara, do partido Republicanos-AM, assumiu recentemente a presidência da Frente Parlamentar Evangélica e já deixou claro que não é um “amigo do Lula nem da esquerda”, mas que está disposto ao diálogo com o Partido dos Trabalhadores. Segundo o deputado, sua formação cristã o incentiva a buscar a paz e o diálogo com todos. Ao mesmo tempo, ele ressalta que o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda é o favorito da bancada evangélica.

Silas Câmara, que está em seu sétimo mandato, já chefiou a bancada evangélica no primeiro biênio do governo Bolsonaro. Ele é membro de um clã poderoso nas Assembleias de Deus do Norte do Brasil. Em entrevista à Folha, o deputado defendeu a restrição do aborto e a imposição de visões conservadoras, como o veto a direitos LGBTQIA+. Ele afirmou que a bancada evangélica estará sempre a favor da vida e contra o aborto em todas as circunstâncias.

Sobre o diálogo com o PT e o ex-presidente Lula, Silas minimizou o receio de que a bancada seja amigável demais com o governo petista. Segundo ele, ser de diálogo não significa ser aliado, e conversar não é ceder. No entanto, ele ressalta que o governo petista possui pautas que vão contra os princípios da bancada evangélica.

Silas Câmara reconheceu que o governo de Lula tem buscado dialogar com a comunidade evangélica através de políticas públicas que beneficiam essa parcela da população, principalmente no que diz respeito à distribuição de renda. No entanto, ele ressaltou que o governo ainda não deixou claro suas intenções em outras áreas importantes para a frente evangélica.

Quanto aos direitos LGBTQIA+, o deputado afirmou que o bloco evangélico irá se posicionar sempre contra qualquer iniciativa que vá contra o princípio bíblico do casamento entre homem e mulher. Segundo ele, a maioria da população brasileira, que é cristã, também é contra tais iniciativas.

Sobre as acusações de corrupção e a inelegibilidade de Bolsonaro, determinada pelo TSE, Silas Câmara defendeu o direito de defesa do ex-presidente e afirmou que os evangélicos não costumam julgar antecipadamente. Ele ainda enfatizou que as principais lideranças evangélicas viram em Bolsonaro a segurança dos princípios em que acreditam.

Silas Câmara também falou sobre a atuação da Suprema Corte, afirmando que o STF avança sobre a pauta dos outros poderes, o que é inconstitucional. Ele defendeu a presença de evangélicos em todos os setores da sociedade, inclusive na corte, mas ressaltou que a indicação é prerrogativa do presidente.

Em relação aos planos para o futuro da bancada, Silas Câmara destacou a importância de manter uma presença forte nas comissões do Congresso Nacional e de monitorar de perto as pautas legislativas que possam ferir os interesses dos evangélicos. Ele afirmou que a frente buscará marcar posição em todas as comissões da Câmara dos Deputados.

Em resumo, Silas Câmara assume a presidência da Frente Parlamentar Evangélica com a intenção de buscar o diálogo, mas sem abrir mão dos princípios conservadores. Ele minimiza o receio de uma aproximação com o PT e reforça a liderança de Bolsonaro entre os evangélicos.

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