Segundo a denúncia, a Meta deliberadamente concebeu funcionalidades no Instagram e no Facebook que viciam os jovens nas suas plataformas, visando maximizar seus ganhos financeiros. As empresas de mídia social são acusadas de enganar repetidamente o público sobre os perigos substanciais de suas redes sociais.
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que a Meta lucrou com a dor das crianças ao projetar intencionalmente suas redes com recursos manipuladores que as tornam viciadas em suas plataformas e diminuem sua autoestima. Ela destacou que crianças e adolescentes estão sofrendo com níveis recordes de problemas de saúde mental, e as empresas de mídia social seriam as culpadas.
A Meta, em nota, afirmou que compartilha o compromisso dos procuradores-gerais em proporcionar aos adolescentes experiências online seguras e positivas, e que já introduziu mais de 30 ferramentas para apoiar os jovens e suas famílias. No entanto, a empresa se mostrou desapontada com a decisão dos procuradores-gerais de processá-la, em vez de trabalhar em conjunto com o setor para criar padrões claros e adequados à idade para os aplicativos utilizados pelas crianças.
O processo federal é resultado de uma investigação liderada por uma coalizão bipartidária de procuradores-gerais da Califórnia, Flórida, Kentucky, Massachusetts, Nebraska, Nova Jersey, Tennessee e Vermont. Essa investigação ocorreu após uma série de reportagens do The Wall Street Journal, com base em uma pesquisa própria realizada pela Meta, que revelou que a empresa tinha conhecimento dos danos que o Instagram pode causar aos adolescentes, especialmente às meninas, em termos de saúde mental e corporal.
Segundo o estudo interno citado, 13,5% das adolescentes afirmaram que o Instagram piora seus pensamentos suicidas e 17% disseram que piora seus distúrbios alimentares. Para cumprir as regulamentações federais, as empresas de redes sociais proíbem que crianças com menos de 13 anos se inscrevam em suas plataformas, mas isso pode ser facilmente contornado pelas crianças, com ou sem o consentimento dos pais.
O caso está sendo considerado um divisor de águas no debate sobre a responsabilidade das plataformas de redes sociais na saúde mental dos jovens. Essa ação judicial busca responsabilizar a Meta por suas práticas e exigir mudanças no design de suas plataformas, visando proteger a saúde e o desenvolvimento das crianças e adolescentes que as utilizam.