População de rua no Brasil pode ser ainda maior do que o registrado, alerta relatório do Ministério dos Direitos Humanos.

No Brasil, a situação da população em situação de rua é alarmante. De acordo com um relatório divulgado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em setembro deste ano, o país tinha 236,4 mil pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) em 2022. Esses números representam pelo menos 1 em cada mil brasileiros vivendo nas ruas.

No entanto, a secretária-executiva do MDHC, Rita Cristina de Oliveira, ressalta que esses números podem estar subnotificados. Isso ocorre porque o CadÚnico pressupõe que as pessoas tenham acesso aos serviços públicos e documentos, o que não é o caso da maior parte da população em situação de rua.

Diante dessa realidade preocupante, o governo federal planeja lançar um plano até novembro deste ano para lidar com a população em situação de rua. O pacote de medidas incluirá ações nos eixos de habitação, trabalho, renda, cidadania, combate à violência institucional, assistência social, produção de dados, saúde e fortalecimento da rede de atendimento.

No entanto, ainda não há um orçamento definido para a execução dessas medidas. De acordo com Rita Cristina de Oliveira, espera-se que seja um investimento robusto, dada a gravidade do problema.

Dentre as pastas envolvidas na execução do plano estão Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Saúde; Trabalho e Emprego; Justiça; Cidades; Educação; Gestão e Inovação em Serviços Públicos; e Cultura.

O lançamento do plano atende a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que os municípios, estados e a União apresentem medidas específicas para a população em situação de rua. Esse prazo vence em novembro, mas o governo pretende lançar o pacote antes disso.

A habitação será o eixo principal do plano e incluirá a ampliação da oferta de locação social, criação de cotas no programa Minha Casa, Minha Vida e modalidades de aluguel social assistidas.

Já no eixo de emprego e renda, o governo pretende fortalecer o cooperativismo, promover o acesso a vagas de emprego para a população em situação de rua em parceria com grandes empregadores e oferecer capacitação e qualificação profissional.

No entanto, um dos principais desafios para a execução desse plano é a articulação entre União, estados e municípios. Rita Cristina de Oliveira ressalta que é necessário um diálogo entre esses entes para implementar plenamente as ações.

Enquanto não houver dados censitários nacionais sobre a população em situação de rua, o governo utilizará estimativas preliminares para elaborar o plano. Estima-se que o número de pessoas vivendo nas ruas seja ainda maior do que os dados do Cadastro Único mostram.

Diante desse cenário alarmante, o governo federal busca tomar medidas para enfrentar o problema da população em situação de rua. A implementação do plano é essencial para garantir direitos básicos e oferecer soluções efetivas para aqueles que vivem nas ruas do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo