Plantio e religião explicam: por que eleição nos EUA é em terça de novembro

A escolha do mês de novembro e do dia da semana para as eleições nos Estados Unidos tem raízes profundas na história e na cultura do país. No século 19, quando a sociedade americana era predominantemente agrária, a maioria dos eleitores eram fazendeiros. Para garantir a participação dos eleitores, o Congresso optou por realizar as eleições em novembro, antes do inverno rigoroso, para evitar conflitos com o plantio e a colheita.

Além disso, a escolha do dia da semana também foi estratégica. Levando em consideração a rotina religiosa e agrícola da época, as eleições foram marcadas para a terça-feira. Como os eleitores precisavam viajar longas distâncias para votar, o domingo não era uma opção viável devido às atividades religiosas. Assim, as viagens começavam na segunda-feira, permitindo que os eleitores chegassem ao local de votação na terça-feira e retornassem na quarta-feira, respeitando os compromissos locais e a vida rural.

Essa tradição acabou se tornando um diferencial dos Estados Unidos, com outros países adaptando suas eleições para fins de semana, facilitando a participação popular. No entanto, propostas para mover o dia da eleição para um feriado ou final de semana nos EUA têm enfrentado resistência no Congresso. Muitos críticos apontam que o modelo atual dificulta o acesso ao voto para trabalhadores, especialmente em estados onde a terça-feira não é feriado.

No Brasil, as eleições são realizadas no primeiro domingo de outubro, de acordo com a Emenda Constitucional nº 16 de 1997. Essa emenda também estabelece o último domingo de outubro como data para um eventual segundo turno, garantindo a continuidade do processo democrático no país. É importante compreender as razões por trás das datas escolhidas para as eleições, pois refletem não apenas questões práticas, mas também aspectos culturais e históricos de cada nação.

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