Inflação da Picanha em Queda: Preços em Baixa até Setembro, mas Agora Aumentam a Ritmo de 5,1% ao Ano

A inflação da picanha, um dos cortes de carne mais politizados do Brasil, tem apresentado um comportamento peculiar nos últimos meses. De janeiro de 2023 a setembro de 2024, a variação anual do preço da picanha foi frequentemente negativa, o que significava que o corte estava ficando mais barato em relação ao ano anterior. Em abril de 2024, por exemplo, a picanha estava cerca de 11% mais barata do que no mesmo mês de 2023, compensando, em parte, os aumentos significativos que ocorreram em 2021.

No entanto, a situação mudou nos últimos meses, com o preço médio das carnes aumentando a uma taxa anual de 5,1%, de acordo com o IPCA-15 do IBGE (sendo 4,1% apenas para a picanha). Esse aumento contribuiu para o crescimento da inflação dos alimentos em geral, que atingiu 7% ao ano de acordo com o mesmo indicador divulgado recentemente.

Diversos fatores estão influenciando esse aumento nos preços das carnes, como a forte demanda nacional e internacional, benefícios da exportação devido ao dólar valorizado, problemas causados pela seca nos rebanhos e na produção de alimentos, entre outros. A expectativa de uma nova safra recorde de grãos para a temporada 2024-2025 traz uma perspectiva mais positiva, mas o cenário econômico global, especialmente em relação ao dólar e aos juros, ainda gera preocupações.

Com um dólar próximo a R$ 5,70 e a possibilidade de aumento da taxa Selic, o cenário econômico torna-se ainda mais desafiador. Espera-se que o governo, liderado por Lula, possa apresentar medidas para conter a inflação e garantir a estabilidade econômica, especialmente no que diz respeito aos alimentos básicos como a picanha. A expectativa é por um plano consistente que garanta a continuidade do arcabouço fiscal e o bem-estar da população.

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