A atuação das milícias tem evoluído ao longo dos anos, conforme apontam especialistas. Ignácio Cano, renomado sociólogo especializado no assunto, destaca que a legitimação do discurso de combate às drogas já não é mais uma desculpa para as milícias, que passaram a ver no tráfico uma fonte de lucro adicional. O Estado, por sua vez, não desenvolveu estratégias eficazes para desarticulá-las e retomar o controle dos territórios dominados.
Mesmo diante das investigações e eventual prisão de membros da milícia, o Rio de Janeiro continua sendo palco do avanço desse grupo criminoso. Segundo o delegado aposentado Vinícius George, os partidos políticos não expulsaram os milicianos de seus quadros, o que permitiu que eles se mantivessem atuantes. No entanto, os milicianos estão adotando uma postura mais discreta diante da exposição causada pelos mandatos políticos.
Recentemente, integrantes de uma facção criminosa articularam um plano para dominar uma região controlada pela milícia, mas foram impedidos pela ação do Bope, que descobriu o armamento escondido na comunidade. Esses conflitos evidenciam a constante disputa de poder entre grupos criminosos no Rio de Janeiro, o que coloca em xeque a segurança e a qualidade de vida dos moradores dessas regiões. A presença constante e a influência dessas milícias representam um desafio para as autoridades e para a sociedade como um todo.