Ministério da Fazenda trava batalha judicial para cortar benefícios do Perse em 1.368 empresas durante a pandemia

O Ministério da Fazenda está atualmente envolvido em uma disputa legal com 1.368 empresas em relação ao corte dos benefícios do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro para auxiliar restaurantes e empresas de eventos afetadas pela pandemia. Decisões judiciais resultaram na suspensão de R$ 1,072 bilhão em créditos tributários, de acordo com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação pela Folha.

O Perse consiste na redução da alíquota dos tributos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) para empresas do setor de eventos, bares e restaurantes, que foram diretamente impactadas pelas restrições de movimento e aglomeração durante os anos de 2020 e 2021. Inicialmente, o programa contemplava 43 CNAEs passíveis de utilizar o benefício, desde que estivessem no ramo de eventos.

No entanto, durante a gestão do presidente Lula da Silva, uma portaria do Ministério da Fazenda reduziu pela metade a lista de CNAEs elegíveis para o programa. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional afirmou que a exclusão das atividades era legítima, uma vez que os CNAEs iniciais não atendiam ao escopo do programa.

Empresas como iFood, Uber e 99Táxi estão entre aquelas que recorreram judicialmente para manterem os benefícios do Perse. A iFood, por exemplo, tem R$ 535 milhões provisionados aguardando uma decisão judicial. A PGFN confia na reversão das decisões que beneficiaram empresas que não atuam efetivamente no setor de eventos.

Além disso, a Receita identificou cerca de 2,4 mil empresas que estavam utilizando o Perse sem terem sido habilitadas para tal. A lei que prorrogou o programa até 2026 fixou um teto de R$ 15 bilhões para os custos do programa, e quando esse limite for atingido, o Perse será encerrado.

Até o momento, as empresas deixaram de pagar R$ 6,05 bilhões devido ao benefício do Perse. A expectativa é que o teto de renúncia fiscal seja atingido no próximo ano. O ministro Fernando Haddad havia prometido divulgar os beneficiários do Perse por CNPJ, porém essa informação ainda não foi tornada pública.

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