Eleições municipais: Mais da metade dos municípios brasileiros não elegeram nenhuma mulher para a Câmara Municipal, aponta TSE

Nas eleições municipais deste ano, um dado preocupante chama a atenção: 775 municípios brasileiros não elegeram nenhuma mulher para a Câmara Municipal, conforme informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso representa uma ausência de representatividade feminina em aproximadamente um em cada sete municípios do país. Embora o número ainda seja considerável, houve uma redução em comparação com a última eleição, em 2020, quando 929 cidades ficaram sem nenhuma vereadora.

De acordo com os dados do TSE, o estado de Minas Gerais se destacou como o líder na eleição de vereadoras, com 1,3 mil mulheres conquistando vagas nas câmaras municipais. Em seguida, vem São Paulo, com 1,2 mil vereadoras eleitas. Por outro lado, estados como Roraima e Amapá foram os que elegeram o menor número de representantes, com apenas 40 e 41 mulheres eleitas, respectivamente.

Apesar de um avanço tímido, a participação feminina nas Câmaras Municipais do Brasil teve um aumento em relação ao pleito anterior. Em 2020, a representação feminina correspondia a 16,13% das cadeiras, enquanto agora esse número subiu para 18,24%. Nas capitais, houve um aumento um pouco mais expressivo, com a proporção de vereadoras passando de 17% para 21% neste ano.

A cidade de São Paulo se destaca, sendo a capital com o maior colégio eleitoral do país, com 36% das vagas ocupadas por mulheres. Outras capitais, como Curitiba, Porto Alegre, Boa Vista e Cuiabá, atingiram ou superaram a marca de 30% de cadeiras ocupadas por mulheres. Em Cuiabá, por exemplo, houve um aumento significativo na representatividade feminina, que saltou de 8% para 30% das cadeiras ocupadas por vereadoras.

As duas vereadoras mais votadas na capital paulista foram Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabela Nardoni, e Amanda Paschoal, que contou com o apoio da deputada federal Erika Hilton. O partido PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, também se destacou com duas mulheres entre as mais votadas em Cuiabá e Fortaleza. Contudo, especialistas alertam que ainda há muito a avançar para garantir uma representação mais igualitária na política brasileira.

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