Fantasmas arcaicos voltam a assombrar estudantes do Enem a um mês da prova: vocabulário rebuscado ainda é temido.

Faltando menos de um mês para a realização do Enem, os estudantes já estão se deparando com um dilema linguístico: a utilização de palavras arcaicas que há muito tempo saíram de moda. Termos como “quiçá”, “desejoso”, “conquanto” e outros ressurgem como fantasmas do passado, assombrando aqueles que se preparam para o exame.

A situação é curiosa, pois, na realidade do cotidiano, é improvável que alguém em uma discussão sobre o VAR no futebol faça uso de uma linguagem rebuscada. No entanto, muitos estudantes acreditam que precisam recorrer a tais termos para garantir uma boa pontuação no Enem e conquistar uma vaga na universidade.

O exame, apesar de ter evoluído em diversos aspectos, ainda representa um desafio para os jovens brasileiros. Muitos acreditam que a redação só será bem avaliada se for repleta de mesóclises e construções gramaticais complexas. No entanto, essa crença foi tema de debate no Ciclo da Cidadania da Língua, realizado em São Paulo.

A norma culta, muitas vezes interpretada de forma engessada e anacrônica, não é mais tão relevante quanto se imagina. Tanto literatos quanto professores e leitores de jornais modernos não exigem mais o uso de termos rebuscados e estruturas complexas. O português atual é mais simples, claro e objetivo.

A discussão sobre a língua portuguesa no Brasil revela que ainda estamos presos a uma norma culta arcaica que já não se justifica. É necessário libertar-se desses padrões ultrapassados e abraçar a língua como ela é falada e escrita no presente. A língua é dinâmica e está em constante movimento, e é importante que os jovens que realizarão o Enem compreendam essa realidade para se comunicarem de forma eficiente e adequada.

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