STF retoma julgamento do PL 490, conhecido como “Marco Temporal”, com placar desfavorável de 5 a 2. Cinco ministros ainda precisam votar.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quinta-feira (21) o julgamento do Projeto de Lei (PL) 490, conhecido como “Marco Temporal”. Até o momento, o placar está em 5 a 2 contra a aprovação do PL 490. Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso foram contrários à proposta. Já os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques foram favoráveis.

Ainda faltam cinco integrantes do STF votarem: Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Rosa Weber. A análise do tribunal sobre esse projeto teve início em 2021 e essa sessão em questão será a décima a tratar do tema.

O PL 490 propõe que apenas as terras indígenas que foram concedidas antes da Constituição Federal de 1988 sejam reconhecidas. Isso significa que os povos originários do Brasil perderiam grande parte do seu território caso o projeto seja aprovado. Além disso, o texto também proíbe a ampliação de terras indígenas já demarcadas e permite contratos de cooperação entre indígenas e não indígenas para atividades econômicas, entre outros pontos.

Esse julgamento é de extrema relevância para os povos indígenas, que lutam há décadas pela demarcação e proteção de suas terras. O reconhecimento e a garantia desses territórios são fundamentais para a preservação de suas culturas, modos de vida e para o exercício pleno de seus direitos.

Cabe ressaltar que as terras indígenas desempenham um papel fundamental na conservação ambiental, na manutenção da biodiversidade e na promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, são espaços de resistência e de preservação de conhecimentos ancestrais que contribuem para a diversidade cultural do país.

Por isso, é fundamental que o STF analise o Projeto de Lei 490 com base nos princípios constitucionais e nos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, que garantem os direitos dos povos indígenas. A decisão a ser tomada terá um impacto significativo não apenas na vida dos povos originários, mas também no futuro do país e na sua relação com a proteção do meio ambiente e da diversidade cultural.

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